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Portuguese to English: O xadrez de Punta del Este
Source text - Portuguese O xadrez de Punta del Este
- Venham. A casa é de vocês.
Não. Não era. Renato primeiro olhou aquele piso branco, cintilanteque nem espelho, pelo qual viu a própria cara cons-trangida. Depois,já uns dois passos dentro do apartamen-to,percebeuaqueles estranhos e se quedou ainda mais angustia-do. Tinha,desde a noite anterior, a resoluta intenção deacordar o mais tarde que pudesse epermanecer deitado trocando carícias com a esposana cama, se possível, até o fim da tarde daquele domingo. Mas Ivana recebera um convite. Joana, uma amiga dos tempos do ensino médio no colégio, que ela devia ver uma vez a cada dois anos em alguns daqueles impertinentes encontros de rememoração dos eventos colegiais, tinha inventado um almoço num restaurantede comida contemporânea que haviam inaugurado pouco tempo antes.
Toda vez que ouvia o adjetivo contemporâneo associado a qualquer ideia de comida, Renato já pensava em alguma extra-vagância da cena gastronômica da cidade, que vinha tendendo vertiginosamente à completa promoção do impalatável. Outro dia, tinha lido num suplemento cultural de uma gazeta local que um restaurante promoveria uma degustação com pratos que mesclavam insetos amazônicos às releituras pós-astecas do uso de espumas de pimenta. O preço, naturalmente, era acintoso. Esperava algo assim no seu almoço naquele dia, inclusive o de-sembolso de uma quantia exorbitante.
Embora desgostoso, aquiesceu às tolerâncias benevolentes da consorte. Mas algumas horas depois, o que deveria ser um encontro com várias possibilidades de abreviação, tinha se tor-nado uma aterrorizante reunião entre amigos; quase uma festa. E no local determinado, o apartamento de Joana, para onde ela e o marido tinham se mudado havia uns dois meses, a fuga, facilitada pelo pagamento da conta, tornara-se improvável. A angústia o tomou, já que ele não conseguia entender o motivo daquela mudança, nem sequer os processos que levaram a ela.
Enquanto se aproximava para os obrigatórios cumprimen-tos e apresentações, chamaram a atenção de Renato duas gran-des telas posicionadas uma em frente à outra nas paredes opos-tas da sala de estar. Ambas, se é que era possível definir aquelas medidas sem instrumentos mais adequados que o cérebro, eram quadrados com um metro de lado. Entretanto tais dimensões impressionaram menos a Renato que os conteúdos. A tela da di-reita seria inteiramente branca se não fosse um círculo verme-lho exatamente no seu centro e um rabisco no canto direito, provavelmente a assinatura do artista. A da esquerda, por outro lado, era caótica. Talvez houvesse mais de uma centena de tra-ços e formas irregulares, cada um com uma cor particular, dis-postos sobre um fundo muito preto que parecia mais regular nas esquinas da tela, o que ainda dava ao conjunto uma feição de circunferência. Nessa tela, também havia um rabisco num tom esbranquiçado, idêntico ao da outra. Estava escrito “Ivana”.
Intrigado com a ideia de que Ivana, sua mulher, tinha dotes artísticos daquele tipo, olhou-a e convenceu-se de que não. Constatou que num convívio de mais de cinco anos era impro-vável não saber disso. E não havia nenhum indício de que ela fosse afeita aquele tipo de mau–gosto em matéria de arte. Além de quê, segundo as próprias revelações de Ivana sobre a amiga, qualquer intimidade entre as duas tinha ficado no início da ado-lescência e fazia mais de dez anos que os contatos se tornaram muito esporádicos. E, a não ser por muita intimidade, ninguém exibiria na própria sala telas de aspecto tão deplorável produzi-das por outrem. O nome Ivana provavelmente significava outra coisa.
Observou que as duas se cumprimentavam. Renato tinha visto a amiga da esposa talvez umas duas vezes antes em even-tos mais dispersos. Por isso, nunca pôde notar que Joana, pelo olhar vulpino e sorrisos quase simulados, dispensava a Ivana uma inveja indisfarçável. Em seguida, a anfitriã apresentou a ou-tra aos estranhos:
- Essa é Ivana. Sempre foi a minha amiga mais inteligente. Ela é fotógrafa de prédios velhos. – Renato ratificou todas as im-pressões pelo sutil tom de deboche da apresentação.
- Na verdade, sou arquiteta. Os prédios velhos são mais uma diversão. – Ivana riu com fungados, mostrando-se impávida com a provocação leviana da amiga.
Mas o evento mais intrigante em todo aquele dia, pelo me-nos para Renato, começou num rápido soslaio que ele deu na direção da mesa de centro. Havia sobre ela um xadrez. E embora não fosse versado sobre rochas utilizadas na decoração de ambientes, convenceu-se de que o tabuleiro era de mármore.
Em seguida, Joana introduziu Renato, marido de Ivana, aos estranhos. Os nomes, ele não os guardou. Não fora um simples exercício calculado de antipatia, mas ele pensava no xadrez. Al-go estava errado e ele voltou a olhar o jogo. Percebeu que as pe-dras se separavam em dois grupos, obviamente representando os dois exércitos simulados que litigam no jogo. Um tinha uma cor metálica avermelhada. O outro era de um metálico natural.
- Ah. Renato é professor de Português – falou Joana, reve-lando a profissão do nosso amigo.
Um silêncio se fez e os estranhos fitaram Renato. As fei-ções, acompanhadas de um gestual inquisitivo, sugeriam que aquelas pessoas esperavam alguma fala. Como era habitual quando citavam em uma conversa o seu papel na sociedade, Re-nato chegou a imaginar que se tinha suspensa, qualquer dúvida sobre empregos da crase ou sobre ortografias. Mas sem ter cer-teza de que era esse o motivo da atenção que lhe dispensavam, resolveu replicar com um “É.”, seguido de um sorriso indolente. Mas ainda o olhavam. Ele replicou os olhares em silêncio, enca-rando ligeiramente todos os rostos. Tão ligeiro que não pode perceber o que acontecia. Não que isso lhe interessasse muito, mas, apesar de se reconhecer antipático, normalmente era dis-posto a algum esforço no sentido contrário. Principalmente por causa da esposa, a quem sinceramente e devotadamente amava. Salvou-lhe René, o marido de Joana, quando se apresentou na sala.
- Amor, pode ir que eu já acabei a minha parte.
Seguiu-se à fala do anfitrião, uma série de cumprimentos daqueles estranhos que ora habitavam a sala. René usava um avental com uma representação cartográfica disparatada do México, ilustrada por desenhos de pimentas de várias cores e tamanhos. Tirou a peça e a entregou à esposa como um coman-dante entrega a insígnia ao contínuo. Renato aproveitou que sa-ía do foco daquela atmosfera que entendia inquisitiva para olhar o tabuleiro de novo. As pedras pretas se postavam corretamen-te. No sentido do avanço, da direita para a esquerda: torre, cava-lo, bispo, rei, rainha, bispo, cavalo, torre. Peões na vanguarda.
Renato, devo advertir o leitor, não era propriamente um enxadrista. Conhecia apenas as regras de movimentação das pe-dras. Chegou a jogar algumas partidas, mas logo se admitiu mau jogador. Argumentava que não tinha concentração e paciência suficientes para executar os cálculos que o jogo demandava. “Prefiro pôquer”. Usava esse suplemento como uma justificativa, o que sempre soava demasiadamente insensato. Mas isso fazia muito tempo.
Continuava a investigação. O mármore do tabuleiro tinha uma textura áspera como uma lixa. Sentiu a condição depois de ter tocado a peça. Se ele fosse inteirado no assunto poderia chamar de mármore escovado. As casas brancas eram de um tom branco não muito puro, e as pretas eram de um tom róseo. As pedras, notou pela frieza e densidade, eram de metal. Já tinha observado algumas, quando percebeu que o bispo do rei preto tinha uma leve inclinação. Mexeu na pedra, com o cuidado de não derrubar outras. Retirou-a do tabuleiro e passou o dedo na casa. Havia uma deformidade causada por um fragmento crista-lizado e mais duro. Julgou-a normal. A torre do mesmo rei tam-bém se posicionava anomalamente. Retirou a pedra, fez a mes-ma coisa com a casa e sentiu outra deformidade. Dessa vez era uma ranhura mais espessa, que deixava a casa com dois níveis. Ainda que mínimos, eles perturbavam o equilíbrio da torre pre-ta, que não era de fato preta e sim cúprea.
Ao pôr a peça de volta, Renato arregalou os olhos e sentiu uma espécie de fluxo agradável dentro do corpo, que lhe movi-mentou o diafragma. A torre do rei preto ocupava uma casa pre-ta. Lembrou-se rapidamente de uma reprimenda que tomou de um colega de escola, melhor jogador que ele, quando petulan-temente jogava uma partida contra si mesmo: “Ajeita esse tabu-leiro! A torre da direita do jogador sempre deve ficar numa casa branca. Sempre!” Não que ele tivesse qualquer trauma de infân-cia por causa desse evento, mas ainda o guardava no juízo, tanto quanto as feições pedantes do tal colega, embora o nome desse, já ignorasse havia muito tempo. Vieram-lhe então algumas lem-branças dos tempos de colégio. Mas era tudo meio embaçado naqueles tempos.
- Gostou?– perguntou René, interrompendo as divagações de Renato.
- Hum. O tabuleiro tá errado. A posição correta é essa - com uma retidão professoral,Renato virou a peça e, apontando o jo-go, continuou –Essa casa tem que ser sempre branca.
- Hum – respondeu René fazendo uma cara simpática e gi-rando uma exageradamente roliça taça de vinho- É? Não sabia. Pra falar a verdade, eu nem sei jogar xadrez – riu com uma arro-gância sutil e continuou –Isso aí é só um enfeite. Mas esse már-more é muito bom. É escovado. E as peças cinzas são de níquel e as vermelhas, de cobre. A gente comprou em Punta del Este, no Uruguai, na lua-de-mel. Foi pra harmonizar com o centro. Uma grana alta, mas valeu o investimento. Ficou muito bom, não é? – Finalizou inalando algum vapor do vinho.
Renato o encarou e notou as expressões orgulhosas. Sofreu agudamente por causa do tempo que despendera com o pro-blema do xadrez. Repetia-se dentro da sua mente, a frase “Isso aí é só um enfeite”. Tentou um sorriso, que se formou tremen-damente vacilante no rosto e, não respondendo à pergunta de René, mas concordando com a frase que lhe martelava o juízo, falou:
- É.
Translation - English The chess from Puenta del Este
- Come in. Make yourself at home.
No. It was unthinkable. Renato first saw that white and glistening floor, resembling a mirror, by which he could see his own embarrassing face. Then, two steps after getting into the apartment, he became aware of those strange people, and that circumstance just made him even more woeful. Last night his resolute intention was to sleep more than usual and stay in bed caressing his wife until the end of that Sunday afternoon, if he could. However, Ivana had received an invitation. Joana, an old high school friend, to whom Ivana rarely talked, except for those tedious encounters to reminisce school days, had planned to have lunch in a recently opened contemporary food restaurant.
Whenever Renato heard the adjective ‘contemporary’ relating to food, he honestly expected some excessiveness from the gastronomic scene in town, somewhat vertiginously tending to the complete sale of unpalatable food. Some day he had read in a cultural supplement of a local newspaper that a restaurant would endorse a degustation including dishes which mixed insects from Amazonas and a post-Aztec reinterpretation of pepper foam. Price was naturally deliberate. He was expecting something similar at lunch that day.
Even unable to get along with that, he conceded to the consort’s benevolent tolerances. However, what some hours later should be an encounter with prospective of being brief had had become a terrifying meeting between friends; more like a party. And the local chosen for the event, Joana’s apartment, a place where the couple had moved to two months before, had made it difficult to escape, while paying the bill at the restaurant would have made it easier. Feeling anguished, he could not understand the causes and reasons of changing plans.
While Renato was about performing conventional greetings, two paintings had called his attention. They were in the living room, positioned on opposite sides to each other. If it were somehow possible to measure with no other instrument besides brain, both seemed to be squares with one meter in each side. Even so, those extents hadn’t made Renato as impressive as the imagery of the paintings. The one which was positioned to the right would be totally empty if it were not for the red circle placed precisely in its center and a scribbling mark in its right side, probably the artist signature. On the other hand, the one in the left position was chaotic. There would possibly be a hundred of irregular forms and lines with different colors on a pure black background, which seemed to be more regular in the corners of the board; giving the impression the picture was a circumference as a whole. There was also a whitish scribbling mark written Ivana, which was exactly the same mark of the other painting.
Intrigued by the idea that his wife Ivana had that kind of artistic talents, Renato looked at her and got convinced that it was not possible. More than five years living together, it was unimaginable not to know that. And there was no indication that she had such a poor taste for art. Apart from this, according to Ivana’s revelations about her friend, any intimacy between them had been left behind in the beginning of teenage years; ten years had passed since the contacts had become very sporadic. And no one would expose so deplorable paintings produced by others, except for a lot of intimacy. That name probably meant something else.
He noted that both greeted each other. Renato had only seen his wife's friend a couple of times, so he might never noticed that Joana, with that foxy intent look and almost simulated smiles, delivered Ivana undisguised envy. Then the hostess introduced her friend to the others:
“This is Ivana. She is the most intelligent of my friends. She is a photographer of old buildings”. Renato ratified all his impressions by the mocking tone of her speech.
“Actually, I'm an architect. The old buildings are just a hobby”. Ivana laughed as to dare her friend’s frivolous joking.
But the most intriguing event in all that day, at least for Renato, had begun with his quick oblique glance toward the coffee table. There was a chessboard on it. And although the board was not made of decorative stones, he got convinced that it was made of marble.
After that, Joana introduced Renato to the other guests. Their names, he could not keep in mind, not because of his antipathy, but he was only thinking about the chess. There was something wrong, then he looked back at the board game. He realized that its pieces were divided into two groups, obviously representing the simulating armies that dispute the game. One had a red metallic color while the other was in a natural metallic.
“Renato is a language teacher”. Said Joana of our friend’s occupation.
Silence descended upon the living room and those strange people stared Renato. Their faces had an inquiring gesture, suggesting that they expected to hear something from him. When one declares something about your role in society, it is usual to say something else. However Renato supposed there wasn’t any doubt regarding orthography or structural relationships in language. Not being certain about the reason of their attention on him, Renato decided to respond saying “Yes” together with an apathetic smile. But they still looked at him. He replied in silence, staring slightly every face. So slight that he could not realize what was happening. Not that it would interest him much, but, although his notorious antipathy, he was usually willing to make some effort to act in an opposite way. First and foremost because his wife to whom his love was devote and sincere. René was the one to save him when he started to introduce himself.
“Honey, that’s your turn. I’m done.”
After the host’s speech, a sort of greetings came out from those strange people in the living room. René was wearing an apron with an outrageous cartographic representation from Mexico and peppers drawings of various colors and sizes.
He took out the cloth and gave it to his wife as a commander deliver the insignia to the apprentice. Renato took the opportunity of not being the focus of that inquisitive atmosphere and looked to the board game again. The black pieces were correctly positioned. In the forward direction, from the right to the left: rook, knight, bishop, king, queen, bishop, knight, rook. Pawns in the forefront.
I must warn you, dear reader, that Renato wasn’t exactly a chess player. He knew no more than the moves of the pieces. Renato had played on some occasions and finally admitted to himself he was a bad player. His argument was that he had no patience or concentration to make the realistic estimations the game demanded. “I prefer Poker”. He used to say such an extra comment as an excuse which sounded too much like nonsense. But it was a long time ago.
He continued his investigation. The marble of the board had a rough texture akin to sandpaper. After touching the item, he could feel its condition. If he were an expert on that subject, he would call it a brushed marble. The white squares were pale, not purely white, and the black ones had a pink shade. The pieces were made of metal; he could notice it by their density and lack of heat. Having already observed some of the pieces, he perceived the black king’s bishop was slightly inclined. He laid a hand on the piece, taking care not to drop the others. He removed the piece from the board and swiped his finger on the square. There was a irregularity caused by a crystallized and harder fragment. He considered it normal. The same king’s rook was also abnormally positioned. He removed the piece and did the same with its square noticing another deformity. At this time, it was a thicker slit which conferred the square two level surfaces. Although too tiny, the surfaces interfered in the black rook stability, which wasn’t black, but cupreous.
Putting the piece back, Renato opened his eyes and felt a kind of nice flow within his body that handled his diaphragm. The black king’s rook should be occupying a black square. He quickly remembered a reprimand from a school friend, who was better at chess than him, that happened while he was presumptuously playing solo-chess against himself: “Set up the pieces on the board. The player’s right rook is ever on a white square. Ever!”. Surely such event hadn’t caused him childhood traumas, but he still could keep it in mind, as well as his friend facial appearance. On the other hand, Renato could no longer remember his friend’s name. Then, some memories from school came to his mind; nevertheless everything was kind of blurry that time.
“Did you like it?”. René asked Renato, interrupting his divagations.
“Hmm. The board is disordered. This is the right position”. With a professorial properness, Renato changed the position of the piece and, pointing to the board, said: “This is ever on the white square.”
“Hmm”. René answered with a pleasant face while spinning an excessively chubby glass of wine. “Really? I didn’t know that. Actually I don’t even know how to play chess.” He laughed with an arrogant politeness and continued. “This is just a piece of decoration, but this is a very good marble. Brushed. The gray pieces are made of nickel and the red ones are made of copper. We bought it in Puenta del Este, Uruguay, in our honeymoon. It was supposed to bring into line with the coffee table. High-priced stuff, but worthy. It’s nice, isn’t it?” He finished the conversation inhaling some steam of wine.
Renato faced him and noticed that René was swollen with pride. He deeply suffered for the time he spent with the problem of the chess. The sentence “this is just a piece of decoration” repeatedly came to his mind. He tried to give René a smile, other than it turned out to be terribly dithering on his face. And not answering the question of his friend, but agreeing with the sentence that was disturbing his mind, He said:
“Yes”.
Portuguese to English: Efeito do complexo enzimático sobre o aproveitamento nutricional e energético de dietas para frangos de corte na fase inicial
Source text - Portuguese Efeito do complexo enzimático sobre o aproveitamento nutricional e energético de
dietas para frangos de corte na fase inicial
RESUMO: A fim de avaliar o complexo enzimático Bioenzima® (CE) em dietas de frangos de corte foram realizados dois experimentos, nos quais foram utilizados um total 540 pintos de corte Cobb 500, distribuídas num delineamento inteiramente casualizado com 5 tratamentos e 6 repetições. O primeiro tratamento foi denominado controle e não continha o complexo enzimático (D1), o segundo tratamento foi o controle positivo, com inclusão do complexo enzimático na concentração de 150 ppm (D2) e os demais foram denominados dietas testes, pois além do complexo enzimático (150 ppm), apresentaram uma valorização na composição química do milho, farelo de soja e farelo de trigo em 2,5; 5,0 e 7,5% (D3, D4 e D5, respectivamente), sendo a valorização realizada nos valores de energia metabolizável, proteína bruta, aminoácidos limitantes, cálcio e fósforo disponível desses ingredientes.O complexo enzimático era composto de amilase, β-glucanase, fitase, protease, pectinase e xilanase. No primeiro experimento houve efeito significativo do complexo enzimático em todos os parâmetros energéticos, exceto para o coeficiente de metabolizabilidade aparente da energia bruta. Para os resultados de digestibilidade ileal observou-se que o CE melhorou a digestibilidade ileal da matéria seca e da proteína bruta da dieta 3, em ambos os experimentos, pois não diferiu estatísticamente do contole. A inclusão do CE não proporcionou maior retenção de fósforo no primeiro experimento, mas no segundo, a presença das enzimas proporcionou menor excreção de fósforo, consequentemente maior retenção deste. Para os parâmetros de desempenho as dietas com até 5% de valorização e CE, em ambas as fases apresentaram valores semelhantes, com destaque para as aves alimentadas com a dieta 3 que numericamente apresentaram os valores superiores. Assim, conclui-se que a adição de complexo enzimático proporcionou um efeito compensatório sobre a digestibilidade de dietas contendo ingredientes com composição valorizada em até 2,5% sem comprometer o desempenho de frangos de corte.
Palavras-chave: desempenho, digestibilidade, energia, enzimas, ingredientes
Use of enzymatic complex on nutrients utilization of starter broilers’ diets
ABSTRACT:
I
n order to analyze the enzymatic Bioenzima® complex (EC) on digestibility of broiler’s diets, two trials were conducted, 540 male broilers Cobb 500 were allocated in cages and distributed completely randomized design, five treatments and six replications. The first treatment was called control diet without EC (D1), the second one was positive control with 150 ppm EC (D2) and three another treatment was called test diets, besides 150 ppm of EC also had overestimated nutrient composition (metabolizable energy, crude protein, calcium, available phosphorus and essential amino acids) of ingredients corn, soybean meal and wheat meal in 2.5% (D3), 5.0% (D4) and 7.5% (D5). The enzymatic complex had amylase, β-glucanase, phytase, cellulase, protease, pectinase and xylanase.
I
n the first trail, there was significant effect according to all energy parameters, except to coefficient of apparent metabolizability of crude energy. According to results of ileal digestibility, the apparent ileal digestibility coefficients of dry matter and crude protein of D3 were improved by EC, because the D1 and D3 coefficients values no differ each other’s, in both trails. The EC did not allow increase the phosphorus retention in the first trail, however, in the second one, the EC increased the phosphorus retetion.
I
n both trails, the EC improved the performance of broilers fed diets that had grains overestimated until 5%, mainly the D3, which showed the highest values. Thus, the EC improved digestibility of broiler’s diets based in corn, soybean meal and wheat meal overestimated in 2,5%, because showed compensatory effect on diets digestibility and it didn’t impair the performance of stater broilers.
Keywords: performance, digestibility, energy, enzymes, ingredients
INTRODUÇÃO
Diversos estudos têm sido realizados a fim de avaliar o uso de enzimas exógenas em
busca de potencializar a digestibilidade dos principais ingredientes utilizados nas rações
avícolas como o milho e a soja, e assim, melhorar o valor nutricional das dietas que
representam a maior parte dos custos da produção.
De acordo com Adeola e Cowieson (2011), os efeitos das enzimas sobre a digestão
dos alimentos podem ser avaliados de diversas formas, entre elas, por meio de respostas no
crescimento do animal, utilização de nutriente, avaliação da composição plasmática e
qualidade de carcaça. Entretanto, é sabido que a idade e sanidade do animal, a fonte da
enzima, a variedade do ingrediente e o local onde foi armazenado, bem como as interações
com os outros ingredientes da dieta apresentam um efeito significante sobre a resposta do
animal à suplementação de enzimas (BEDFORD; SCHULZE, 1998).
Sendo assim, além de considerar essas variáveis que interferem na atividade
enzimática e o sistema no qual elas atuam, é importante salientar que a suplementação de
dietas com enzimas também pode representar uma estratégia nutricional efetiva para
reduzir a carga microbiana patógena no interior do trato gastrointestinal, uma vez que elas
realizam hidrólise dos polissacarídeos não amiláceos utilizados por esses microoganismos,
minimizando, assim, a capacidade de colonização desses no intestino. Outro aspecto
importante é a redução da poluição ambiental no sistema de produção de aves, devido ao
aumento na taxa de absorção de nutrientes como fósforo e nitrogênio, em resposta a
diminuição dos fatores antinutricionais presentes na dieta (COW
I
ESON, 2005; ROMERO
et al., 2013).
Apesar das vantagens da utilização de enzimas já mencionadas, o uso dessas em
dietas à base de milho e soja ainda é contestável, devido à baixa concentração de
polissacarídeos não amiláceos (PNA’s) nesses grãos. Entretanto, o uso desse tipo de aditivo
é relevante, visto que algumas enzimas não são secretadas pelas aves, mesmo na presença
de substratos, como é o caso da celulase, xilanase, pentosanase, fitase, entre outras (PENZ
JR., 1998). Assim, diante da limitação da secreção de enzimas endógenas, o aumento da
atividade enzimática durante a digestão oferece oportunidade de digestão de compostos
antes não disponíveis para absorção, o que pode representar maior aproveitamento dessas
matérias-primas amplamente utilizadas na indústria avícola.
Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a digestibilidade de
nutrientes e desempenho de pintos de corte na fase inicial (1 a 9 dias de idade e de 11 a 21
dias de idade) alimentados com dietas contendo complexo enzimático.
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram realizados no Laboratório de Digestibilidade de Não
Ruminantes do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE). Foi utilizado um total de 540 pintos de corte machos da linhagem Cobb 500.
Para o primeiro experimento (1 a 9 dias de idade), 300 pintos foram selecionados pelo peso
e alojados em gaiolas metabólicas com dimensões de 1,00x0,50x0,50m, dotadas de
comedouro tipo calha, bebedouro tipo copo e bandejas coletoras de excretas durante o
período experimental. Os demais 240 foram alojados em boxes com piso revestido de cama
de maravalha, dotados de comedouro semiautomático e bebedouro pendular até alcançarem
11 dias de idade, quando foram selecionados pelo peso e alojados nas gaiolas metabólicas,
onde permaneceram até os 20 dias de idade, compreendendo o segundo experimento (11 a
20 dias de idade).
Em ambos os experimentos, todas as aves foram distribuídas utilizando um
delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos e seis repetições, contendo
10 e 8 aves por parcela, respectivamente aos dois experimentos.
O primeiro tratamento foi denominado controle, à base de milho e farelo de soja
sem complexo enzimático (dieta 1-D1), o segundo foi o controle positivo à base de milho e
farelo de soja + 150 ppm complexo enzimático (dieta 2-D2) e os demais foram
denominados dietas testes, que além do complexo enzimático (150ppm), também eram
baseadas em milho, farelo de soja e farelo de trigo valorizados em sua composição química
em 2,5 (dieta 3-D3), 5,0 (dieta 4-D4) e 7,5% (dieta 5-D5), com relação aos valores de
energia metabolizável, proteína bruta, aminoácidos limitantes, cálcio e fósforo disponível,
conforme apresentado na Tabela 1.
As dietas experimentais foram formuladas com base na composição nutricional
calculada e descrita na Tabela 1, para os respectivos ingredientes e nutrientes, bem como,
segundo a Tabela de composição de alimentos e exigências nutricionais proposta por
ROSTAGNO et al. (2011), para os demais ingredientes e nutrientes que compuseram as
rações (Tabela 2 e 3), sendo formuladas de acordo com as exigências nutricionais das aves
para cada fase de crescimento.
Tabela 1. Composição do milho, farelo de soja e farelo de trigo utilizados para formulação das dietas experimentais e suas respectivas valorizações. Milho Farelo de soja 0%* 2,5% 5,0% 7,5% 0* 2,5% 5,0% 7,5% EM, kcal/kg 3381 3466 3550 3635 2254 2310 2367 2423 Proteína bruta, % 7,88 8,08 8,27 8,47 45,22 46,35 47,48 48,61 Cálcio, % 0,03 0,03 0,03 0,03 0,24 0,25 0,25 0,26 Fósforo disponível, % 0,06 0,06 0,06 0,06 0,22 0,23 0,23 0,24
Metionina, %¹ 0,15 0,15 0,16 0,16 0,55 0,56 0,58 0,59 Metionina+Cistina, %¹ 0,29 0,29 0,30 0,31 1,13 1,16 1,19 1,21 Lisina, %¹ 0,19 0,19 0,20 0,20 2,57 2,63 2,70 2,76 Treonina, %¹ 0,27 0,28 0,28 0,29 1,57 1,61 1,65 1,69 Triptofano, %¹ 0,05 0,05 0,05 0,05 0,58 0,59 0,61 0,62 Farelo de trigo 0%* 2,5% 5,0% 7,5% EM, kcal/kg 1795 1840 1885 1930 Proteína bruta, % 15,62 16,01 16,40 16,79 Cálcio, % 0,14 0,14 0,15 0,15 Fósforo disponível, % 0,33 0,34 0,35 0,35 Metionina, %¹ 0,18 0,18 0,19 0,19 Metionina+Cistina, %¹ 0,43 0,44 0,45 0,46 Lisina, %¹ 0,47 0,48 0,49 0,50 Treonina, %¹ 0,37 0,38 0,39 0,40 Triptofano, %¹ 0,19 0,19 0,20 0,20 * Fonte: Rostagno et al., 2011; EM-energia metabolizável; ¹ Aminoácidos digestíveis;
O complexo enzimático utilizado foi produzido pela Bioenzima®, composto por
celulases (27,35 UmL-1), pectinase (1259,26 Ug-1), betaglucanase (516,66 Ukg), xilanase
(77,47 Ug-1), protease (295,56 U. mL), fitase (2,06 Ug-1) e amilase (15,53 UmL-1).
Tabela 2. Composição centesimal e níveis nutricionais calculados das dietas experimentais do primeiro experimento (1 a 9 dias de idade).
I ngredientes (%) D1 D2 D3 D4 D5 Milho 51,903 51,903 51,957 52,011 52,064 Farelo de soja 40,496 40,496 38,726 36,955 35,185 Farelo de trigo 0,000 0,000 1,667 3,334 5,000 Óleo de soja 3,000 3,000 2,333 1,667 1,000 Fosfato Bicálcico 1,891 1,891 1,864 1,837 1,811 Calcário 0,898 0,898 0,913 0,929 0,944 Sal Comum 0,432 0,432 0,387 0,342 0,297 L-Lisina HCl 0,237 0,237 0,253 0,268 0,283 DL-Metionina 0,352 0,352 0,350 0,349 0,347 L-Treonina 0,087 0,087 0,091 0,094 0,098
Premix Vitamínico¹ 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 Premix Mineral² 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Bacitracina de Zinco 0,040 0,040 0,040 0,040 0,040 Celite 0,500 0,500 0,500 0,500 0,500 Complexo enzimático 0,000 0,015 0,015 0,015 0,015
I nerte 0,015 0,000 0,755 1,510 2,265 Composição calculada Energia Metabolizável (kcal/kg) 2960 2960 2894 2828 2762 Energia bruta (kcal/kg)³ 3996 3909 3869 3803 3750 Proteína bruta (%)³ 22,80 22,93 22,99 22,03 20,97 Cálcio (%) 0,920 0,920 0,917 0,915 0,912 Fósforo disponível (%) 0,470 0,470 0,467 0,463 0,460 Fósforo total (%)³ 0,805 0,759 0,596 0,650 0,738 Sódio (%) 0,190 0,190 0,172 0,154 0,136 Cloro (%) 0,309 0,309 0,282 0,255 0,229 Potássio (%) 0,892 0,892 0,877 0,861 0,846 Gordura (%) 5,57 5,57 4,93 4,30 3,67 Fibra bruta (%) 3,04 3,04 3,11 3,17 3,24 Aminoácidos digestíveis, % Metionina 0,649 0,649 0,641 0,632 0,624 Metionina + Cistina 0,953 0,953 0,939 0,924 0,910 Lisina 1,324 1,324 1,298 1,273 1,247 Treonina 0,861 0,861 0,843 0,825 0,808 Triptofano 0,261 0,261 0,254 0,247 0,240 Arginina 1,460 1,460 1,420 1,379 1,339 Fenilalanina 1,059 1,059 1,029 0,998 0,968 Fenilalanina+Tirosina 1,812 1,812 1,759 1,706 1,653 Leucina 1,759 1,759 1,715 1,671 1,627 Valina 0,969 0,969 0,943 0,917 0,891
I soleucina 0,902 0,902 0,874 0,847 0,819 Histidina 0,563 0,563 0,549 0,534 0,520 ¹Suplemento vitamínico por kg de ração: ácido fólico 500; ácido pantotênico 13,5g; niacina 30g; selênio 250mg; Vit A 10.000.000 U
I ; Vit B1 1.880 mg; Vit B12 10.000 mcg; Vit B2 5.000 mg; Vit B6 2.000 mg; Vit D3 2.000.000 U
I ; Vit E
20.000 U
I ; Vit K3 4.000 mg. ² Suplemento mineral por kg de ração: ferro 60 g, cobre 13 g, manganês 120 g, zinco 100 g, iodo 2500 mg, selênio 500 mg.³ Valores determinados em analyses laboratoriais. Tabela 3. Composição centesimal e níveis nutricionais calculados das dietas experimentais do segundo experimento (11 a 20 dias de idade).
I ngredientes D1 D2 D3 D4 D5 Milho 56,037 56,037 56,426 56,826 57,215 Farelo de soja 36,137 36,137 34,409 32,630 30,902 Farelo de trigo 0,000 0,000 1,650 3,350 5,000 Óleo de soja 3,580 3,580 2,765 1,925 1,110 Fosfato Bicálcico 1,556 1,556 1,537 1,518 1,499 Calcário 0,933 0,933 0,945 0,958 0,970 Sal Comum 0,433 0,433 0,364 0,292 0,223 L-Lisina HCl 0,234 0,234 0,250 0,268 0,284 DL-Metionina 0,311 0,311 0,309 0,307 0,305 L-Treonina 0,074 0,074 0,078 0,082 0,085 Premix Vitamínico¹ 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100 Premix Mineral² 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Bacitracina de Zinco 0,040 0,040 0,040 0,040 0,040 Celite 0,500 0,500 0,500 0,500 0,500
Complexo enzimático 0,000 0,015 0,015 0,015 0,015
I
nerte 0,015 0,000 0,562 1,140 1,702 Total 100 100 100 100 100 Composição calculada Energia Metabolizável (kcal/kg) 3050 3050 2983 2914 2846 Energia bruta (kcal/kg)³ 3935 3908 3817 3776 3724 Proteína bruta (%)³ 21,18 21,76 20,87 20,55 19,41 Cálcio (%) 0,841 0,841 0,839 0,838 0,836 Fósforo disponível (%) 0,401 0,401 0,399 0,398 0,396 Fósforo total (%)³ 0,608 0,586 0,674 0,624 0,628 Na (%) 0,190 0,190 0,163 0,135 0,107 Cl (%) 0,310 0,310 0,269 0,227 0,185 K (%) 0,824 0,824 0,810 0,796 0,783 Gordura (%) 6,22 6,22 5,45 6,66 3,89 Fibra bruta (%) 2,88 2,88 2,96 3,03 3,10 Aminoácidos digestíveis (%) Metionina 0,591 0,591 0,583 0,575 0,567 Metionina + Cistina 0,876 0,876 0,863 0,849 0,836 Lisina 1,217 1,217 1,194 1,170 1,148 Treonina 0,791 0,791 0,775 0,758 0,742 Triptofano 0,238 0,238 0,231 0,224 0,217 Arginina 1,336 1,336 1,298 1,259 1,221 Fenilalanina 0,978 0,978 0,950 0,920 0,892 Fenilalanina+Tirosina 1,673 1,673 1,623 1,572 1,523 Leucina 1,657 1,657 1,618 1,577 1,537 Valina 0,897 0,897 0,873 0,848 0,824
I
soleucina 0,828 0,828 0,802 0,775 0,749 Histidina 0,522 0,522 0,509 0,496 0,483 ¹Suplemento vitamínico por kg de ração: ácido fólico 500; ácido pantotênico 13,5g; niacina 30g; selênio 250mg; Vit A 10.000.000 U
I ; Vit B1 1.880 mg; Vit B12 10.000 mcg; Vit B2 5.000 mg; Vit B6 2.000 mg; Vit D3 2.000.000 U
I ; Vit E
20.000 U
I ; Vit K3 4.000 mg. ² Suplemento mineral por kg de ração: ferro 60 g, cobre 13 g, manganês 120 g, zinco 100 g, iodo 2500 mg, selênio 500 mg. ³ Valores determinados em analyses laboratoriais.
As variáveis de desempenho zootécnico avaliadas foram o peso vivo (PV), ganho de
peso médio (GP), consumo médio de ração (CR) e conversão alimentar (CA), determinadas
através da mensuração da quantidade de ração consumida durante todo o período
experimental e peso das aves no início e ao final de cada experimento. Tais variáveis foram
calculados de acordo com as fórmulas descritas abaixo:
PV = peso ave final
GP = (peso ave final – peso ave inicial);
CR = (peso ração ofertada - peso sobra de ração);
CA = CR/GP
As variáveis de metabolizabilidade aparente avaliadas foram a energia
metabolizável aparente (EMA) e energia metabolizável aparente corrigida para balanço de
nitrogênio (EMAn), os coeficientes de metabolizabilidade da matéria seca (CMAMS) e
energia bruta (CMAEB) das rações experimentais e o fósforo total ingerido, excretado e
retido, cujas foram determinadas através do método de coleta total.
Por meio da coleta ileal foram determinados as a variáveis de digestibilidade ileal
aparente, como por exemplo, os coeficientes de digestibilidade ileal aparente da matéria
seca (CDMS) e proteína bruta (CDPB), matéria seca digestível (MSD) e proteína bruta
digestível (PBD) das rações experimentais.
Para a determinação dos valores de metabolizabilidade aparente das rações e seus
coeficientes foi realizada a coleta total de excreta durante os últimos 5 dias de cada
experimento, sendo 4 dias de adaptação e 5 dias de coleta. O óxido férrico foi acrescido à
ração como marcador fecal numa concentração de 1% no primeiro e no último dia da coleta
e nesse período foram mensurados o consumo de ração e a produção de excretas.
Para a determinação da digestibilidade ileal dos nutrientes e seus coeficientes, foi
acrescido às rações experimentais 0,5% do indicador de digestibilidade (Celite®- cinza
insolúvel em ácido) durante todo o período exerimental. E ao final de cada experimento,
todas as aves foram abatidas por deslocamento cervical para a coleta do conteúdo ileal
(digesta), realizada por meio de incisão abdominal e exposição do intestino, no qual a
digesta foi extraída na porção média do íleo, correspondente a 2 cm após o divertículo de
Merckel até 2 cm antes da junção íleo-ceco-cólica, de acordo com a metodologia descrita
por Sakomura e Rostagno (2007).
As amostras de excretas coletadas foram acondicionadas em sacos plásticos
identificados e armazenadas em freezer a -20˚C até o final do experimento, quando foram
então descongeladas, homogeneizadas por parcela, pré-secas em estufa de circulação
forçada a uma temperatura de 55˚C durante 72 horas. Enquanto as amostras de digestas, de
cada unidade experimental, foram acondicionadas em potes plástico identificados,
armazenados em freezer a -20˚C para posterior pré-secagem em estufa de circulação
forçada a uma temperatura de 55 ˚C, durante 48 horas. Todas as amostras, inclusive as de
rações foram moídas em moinho tipo bola e encaminhadas para o laboratório.
As amostras de rações, excretas e digestas foram analisadas quanto aos teores de
matéria seca (MS) e nitrogênio (N), sendo as de excretas e de rações também avaliadas
quanto aos teores de energia bruta (EB) e fosfato (P₂O₅), segundo metodologias descritas
por Silva e Queiroz (2002) e
I
nstituto Adolfo Lutz (1985), respectivamente. Além disso, as
amostras de digestas e de rações também foram analisadas quanto aos teores de cinza
insolúvel em ácido (Celite®), segundo a metodologia descrita no Compêndio Brasileiro de
Alimentação Animal (2009).
A partir dos resultados das análises laboratoriais das amostras de excretas e ração
foram calculados os EMA e EMAn, CMAMS e CMAEB, conforme as fórmulas descritas a
seguir:
EMA da ração (kcal/kg) = (EB ingerida - EB excretada) / MS ingerida
EMAn da ração (kcal/kg) = [(EB ingerida - EB excretada) ± 8,22 * BN] / MS
ingerida
Onde, BN (balanço de nitrogênio) = N ingerido - N excretado.
Os valores de CMAMS e CMAEB foram calculados pelas seguintes fórmulas:
CMAMS (%) = [(MS ingerida – MS excretada) /MS ingerida] x 100
CMAEB (%) = (EMAn/ EB ração) x 100
Os valores de fósforo total (P) ingerido, excretado e retido, segundo as fórmulas
descritas a seguir:
P ingerido (mg/ave/dia) = (%P ração x MS ingerida) / 100
P excretado (mg/ave/dia) = (%P excreta x MS excretada) / 100
P retido (mg/ave/dia) = P ingerido – P excretado
P retido (%) = [(P ingerido – P excretado) / P ingerido] x 100
A partir das análises laboratoriais das digestas e rações foram calculados o CDMS e
CDPB, MSD e PBD, conforme as fórmulas descritas a seguir:
CDMS (%) = {[MS ração – (ASE digesta x F
I
)]/MS ração} x 100
CDPB (%) = {[PB ração – (%PB digesta x F
I
)]/PB ração} x 100
Onde F
I
(fator de indigestibilidade) = % indicador ração / % indicador digesta
MSD (g/kg ração) = (MS ração x CDMS) x 1000
PBD (g/kg ração) = (PB ração x CDPB) x 1000
Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade realizadas pelo programa estatístico JMP®-SAS
enterprise, versão 9.0, Cary, Carolina do Norte.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 4 estão apresentados os valores médios da EMA, EMAn, CMAMS e
CMAEB das dietas experimentais, na qual é possível observar que houve efeito
significativo do complexo enzimático em todos os parâmetros, exceto para o CMAEB, no
primeiro experimento. Com relação à EMA e EMAn, em ambos os experimentos, notou-se
que a presença do CE não deprimiu linearmente a energia metabolizável nas dietas testes
(D3, D4 e D5), visto que não apresentaram diferença significativa entre elas, mesmo essas
apresentando valores decrescentes, quando comparado aos dois controles (D1 e D2).
Tabela 4. Valores energéticos e coeficientes de metabolizabilidade de dietas contendo complexo enzimático determinados em pintos de corte de 1 a 9 dias de idade e de 11 a 20 dias de idade, expressos com base na matéria natural.
Tratamento
EMA (kcal/kg) EMAn (kcal/kg) CMAEB (%) CMAMS (%) 1 a 9 dias de idade
Dieta 1
3.050 ᵃ ± 48 2.858 ᵃ ± 44 71,52 ± 1,11
71,74 ᵃᵇ ± 1,20 Dieta 2 3.010 ᵃᵇ ± 67 2.807 ᵃᵇ ± 62 71,93 ± 1,58 73,22 ᵃ ± 1,71
Dieta 3
2.935 ᵇᶜ ± 63 2.732 ᵇᶜ ± 56 70,61 ± 1,45
71,66 ᵃᵇ ± 1,81 Dieta 4 2.823 ᶜ ± 86 2.638 ᶜ ± 80 69,62 ± 2,11 69,01 ᵇ ± 2,16
Dieta 5
2.854 ᶜ ± 30 2.675 ᶜ ± 18 71,34 ± 0,67
70,45 ᵃᵇ ± 0,94 CV (%) 2,05 1,98 1,98 2,26 P ** ** ns **
11 a 20 dias de idade
Dieta 1
2.960 ᵃ ± 26 2.785 ᵃ ± 23 72,39 ᵃ ± 1,29 71,47 ᵃᵇ ± 0,63
Dieta 2
2.967 ᵃ ± 24 2.782 ᵃ ± 24 71,19 ᵃᵇ ± 0,61
72,03 ᵃ ± 0,85
Dieta 3
2.874 ᵇ ± 11 2.704 ᵇ ± 12 70,84 ᵇᶜ ± 0,31
70,96 ᵃᵇ ± 0,28
Dieta 4
2.804 ᶜ ± 21 2.639 ᶜ ± 21 69,89 ᶜ ± 0,54 70,80 ᵇᶜ ± 0,58 Dieta 5 defghij ± 20 deklliij ± 18 69,83 ᶜ ± 0,48 69,75 ᶜ ± 0,67 CV (%) 0,78 0,75 1,06 0,97 P ** ** ** **
EMA, Energia metabolizável aparente; EMAn, Energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio; CMAMS, coeficiente de metabolizabilidade aparente da matéria seca; CMAEB, coeficiente de metabolizabilidade aparente da energia bruta; Foi aplicado o Teste de Tukey a 5% de probabilidade, onde médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si; CV- Coeficiente de variação; P – Probabilidade * P < 0,05; ** P < 0,01; ns – Não significativo;
Entretanto a D3, no primeiro experimento, não diferiu significativamente da D2
(controle positivo), demonstrando que o CE permitiu a valorização de 2,5% dos
ingredientes sem comprometer os valores energéticos da dieta nesse período, quando
comparado com a dieta controle positivo. Resultados que corroboram com os de Douglas et
al. (2000), que observaram melhoras nos valores energéticos em dietas à base de milho e
soja com suplementação enzimática de carboidrase e protease.
Entretanto, com relação aos valores decrescentes de EMA e EMAn, tais resultados
foram semelhantes aos de Olukosi et al. (2008), que encontraram menores valores de
energia metabolizável para as dietas experimentais, também baseadas em milho, farelo de
soja e trigo como fonte de PNA’s, suplementadas com fitase e carboidrases, nas idades de 1
a 7 dias e de 8 a 14 dias. Em contrapartida, nesse mesmo estudo, as dietas suplementadas
apresentaram valores superiores para a energia líquida, o que sugeriu que a energia líquida
de produção pode ter mais acurácia do que a energia metabolizável, quando se trata da
utilização da energia em resposta a fitase em frangos, além de que a primeira apresenta uma
correlação mais alta com o peso corporal do que a energia metabolizável.
A ausência de efeito significativo em todos os parâmetros entre as dietas testes, no
primeiro experimento, pode ser explicada devido à valorização na qual os ingredientes
foram submetidos, que consequentemente, proporcionou a redução na quantidade de
ingredientes que tem como característica a maior diponibilidade de energia bruta, como por
exemplo, o óleo de soja, bem como pela maior inclusão de farelo de trigo. E como este
último apresenta um teor médio de polissacarídeos não amiláceos (PNAs) em torno de 15 a
28% superior ao milho (SM
I
T; ANN
I
SON, 1996; CHOCT, 1997, SANTOS et al., 2011),
este também pode ter possibilitado o aumento da ação enzimática e provimento de
nutrientes, o que resultou no suprimento das diferenças de EMAn calculada entre elas (66
kcal/kg em média), devido ao consequente aumento proporcional na quantidade de
substratos para as enzimas nessas dietas.
De maneira geral, os resultados de EMA e EMAn das dietas testes do segundo
experimento se comportaram de modo semelhante aos do primeiro, pois, apesar de terem
apresentado diferença significativa entre as dietas testes, esses foram mínimos e
representaram apenas um decréscimo de 2,4% entre as dietas 3 e 4, além de 1,5% entre as
dietas 4 e 5, sendo similar o efeito do complexo enzimático em ambos experimentos.
Apesar do conhecimento já consolidado da ação das enzimas exógenas sobre os
nutrientes das dietas, ainda são encontrados na literatura resultados divergentes quando se
trata de rações à base de milho e farelo de soja, havendo resultados de digestibilidade
satisfatórios e insatisfatórios. Como, por exemplo, os de Woyengo et al. (2008), que
afirmaram que a ação sinérgica da adição de enzimas exógenas como xilanase e fitase em
dietas baseadas em grãos não melhoraram significativamente a utilização de nutrientes e o
desempenho de frangos de corte, provavelmente devido à baixa concentração de
arabinoxilana e viscosidade deste tipo de dieta.
I
sso sugere que essa interação pode ocorrer apenas quando há dietas com alta
viscosidade e maior presença de arabinoxilanas solúveis, fato que também pode explicar o
decréscimo na EMA e EMAn das dietas testes, que mesmo apresentando quantidades
crescentes de farelo de trigo (1,7; 3,3 e 5,0%), talvez não foram quantitativamente
relevantes para evidenciar os efeitos benéficos das enzimas sobre a energia metabolizável.
Dessa forma, apesar da pequena queda na EMAn das dietas testes no primeiro
experimento, notou-se que o CE não comprometeu a taxa de metabolizabilidade da energia
nas aves, pois não houve efeito significativo sobre o CMAEB. Ou seja, a quantidade de
energia metabolizada pela ave (71% média) foi igualmente proporcional para todas as
dietas, independente da EB dessas, uma vez que a medida que os ingredientes foram
valorizados em sua composição, a necessidade de inclusão de óleo a fim de atender a
exigência de EMAn da dieta foi minimizada. Contudo, a quantidade de óleo presente nelas
foi decrescendo, enquanto que a de farelo de trigo foi aumentando, o que resultou em dietas
com valores de EB decrescentes (3996, 3909, 3869, 3803 e 3750 kcal, respectivamente para
a D1, D2, D3, D4 e D5, visto que o teor de EB do farelo de trigo é, em média, 58% menor
do que o do óleo de soja.
Com relação ao CMAMS, ambos os experimentos apresentaram resultados
semelhantes que, por sua vez, evidenciaram que as diferenças nutricionais e de proporção
dos ingredientes entre as dietas experimentais pouco influenciaram seu teor de MS e sua
ingestão. Principalmente, porque todas as dietas apresentaram 89% de MS, determinada em
análises laboratoriais, bem como não apresentaram alteração na taxa de consumo e
excreção desse constituinte, demonstrados pelos valores de CMAMS. O que ressalta a
capacidade do CE em hidrolisar os nutrientes e torná-los mais passível de absorção durante
a digestão.
Como ressalta Cowieson (2005), a respeito da digestibilidade da matéria seca, a
medida que as enzimas exógenas complementam o sistema das enzimas endógenas,
hidrolizando carboidratos com valor energético direto para o animal, reduzem as perdas
endógenas, melhorando a energia líquida do milho, mesmo sendo considerado um
ingrediente com baixas concentrações de PNA’s.
Meng e Slominski (2005) relataram que a utilização dos nutrientes de dietas à base
de milho e farelo de soja poderia ser melhorada pela atividade de suplemento de
multicarboidrase, devido ao aumento de amido disponível após degradação enzimática da
parede celular dos carboidratos presentes nesses grãos. Corroborando com KONG et al.
(2011), que encontraram efeito positivo com uso de enzimas, visto que a digestibilidade
ileal aparente da matéria seca de ração suplementada com β-mananase foi melhorada.
Sendo assim, a melhora na digestibilidade dos ingredientes não está associada
apenas à presença de substrato, mas ao efeito das enzimas presentes no complexo, como a
xilanase sobre os PNAs, favorecendo, assim, a digestibilidade de outros nutrientes (PUCC
I
et al., 2003). Segundo Cho e Kim (2013), em geral, a suplementação em dietas de frangos à
base de milho, farelo de soja e trigo com β-mananase pode corrigir parcialmente um
decréscimo na densidade energética da dieta, sendo o efeito dessa suplementação
fortemente associada com o aproveitamento de outros ingredientes da dieta que não do seu
substrato específico, pois melhorou parcialmente a digestibilidade dos nutrientes.
Entretanto, ao observar os valores de CDMS, CDPB, MSD e PBD apresentados na
Tabela 5, nota-se mais claramente que o CE melhorou a digestibilidade da matéria seca e da
proteína bruta da dieta 3 em ambos os experimentos. Devido à semelhança significativa
entre a dieta controle e a dieta 3, que apresentou em média 66 kcal/kg de EMAn a menos
que o controle, 1,7% a mais de farelo de trigo, além de uma quantidade inferior de óleo e
farelo de soja.
Tabela 5. Coeficientes de digestibilidade ileal aparente da matéria seca (CDMS) e proteína bruta (CDPB), matéria seca digestível (MSD) e proteína bruta digestível (PBD), expressos com base na matéria seca.
Tratamento CDMS (%) CDPB (%) MSD (g/kg) PBD (g/kg) 1 a 9 dias de idade Dieta 1 88,63
ᵃ
± 0,65 93,06
ᵃ
± 0,56 788,79
ᵃ
± 5,80 238,36
ᵃ
± 1,45
Dieta 2 85,93
ᵃ ᵇ ± 0,83 91,44
ᵃ ᵇ ± 0,64 764,79
ᵇ ᶜ ± 7,38 235,58
ᵃ
± 1,64
Dieta 3 87,74
ᵃ
± 0,74 92,38
ᵃ
± 0,56 780,85
ᵃ ᵇ ± 6,61 238,58
ᵃ
± 1,46
Dieta 4 83,39
ᵇ ± 1,03 89,88
ᵇ ± 0,94 742,18 ᶜ ± 9,15 222,44
ᵇ ± 2,33 Dieta 5 74,45ᶜ ± 2,92 83,34 ᶜ ± 2,34 kkdnkdij ± 25,99 196,36 ᶜ ± 5,51 CV (%) 0,95 0,75 0,91 0,67 P ** ** ** ** 11 a 20 dias de idade Dieta 1 87,69 ᵇ ± 0,58 93,08 ᵃ ± 0,39 780,42 ᵇ ± 5,13 221,54 ᵇ ± 0,93 Dieta 2 88,85 ᵃᵇ ± 0,61 93,43 ᵃ ± 0,42 790,70 ᵃᵇ ± 5,44 228,46 ᵃ ± 1,04 Dieta 3 89,19 ᵃ ± 0,65 93,52 ᵃ ± 0,68 793,80 ᵃ ± 5,82 219,28 ᵇ ± 1,60 Dieta 4 86,26 ᶜ ± 0,91 91,71 ᵇ ± 0,60 767,67 ᶜ ± 8,08 211,72 ᶜ ± 1,38
Foi aplicado o Teste de Tukey a 5% de probabilidade, onde médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si; CV- Coeficiente de variação; P – Probabilidade * P < 0,05; ** P < 0,01; ns – Não significativo.
Os resultados de CDMS, CDPB, MSD e PBD puderam melhor demonstrar os
efeitos benéficos da suplementação enzimática sobre a digestão dos nutrientes pelas aves,
também confirmado por Zanella et al., (2004), uma vez que no íleo há menor fermentação
microbiana, sendo a digestão em sua grande maioria realizada por meio das enzimas
endógenas e exógenas oriundas da ração.
I
sso acarretou numa maior percepção do efeito
compensatório das enzimas em dieta com nível nutricional decrescente como na dieta 3,
quando se avaliam os parâmetros de digestibilidade ileal.
Tendo em vista que esses valores foram determinados a partir da digesta e não da
excreta, não havendo assim o efeito da fermentação ocorrida nos cecos, o maior
desaparecimento de matéria seca antes evidenciado no CMAMS do controle positivo
(Tabela 4) pode ser atribuído a digestão microbiana ocorrida no ceco das aves, o que
superestimou a metabolizabilidade da matéria seca dessa dieta.
Todavia, vale ressaltar que o maior valor de CMAMS do controle positivo pode ser
atribuído a presença do CE em dietas com níveis nutricionais adequados, no qual pôde
potencializar a hidrólise dos ingredientes, nesta em maior quantidade, disponibilizando
substratos mais passíveis para digestão microbiana no intestino grosso das aves. Efeito
também observado por Zanella et al. (2004), onde a superioridade nos coeficientes de
digestibilidade da matéria seca verificada pelos frangos intactos em relação aos frangos
cecectomizados foi atribuída à utilização da proteína, aminoácidos e amido pelos
Dieta 5 pqnkrij ± 1,08 88,99 ᶜ ± 0,92 fdkngfiij ± 9,60 qhgnlpiij ± 2,01 CV (%) 1,89 1,79 1,39 1,29 P ** ** ** **
microorganismos presentes no ceco, resultando em menor concentração de matéria seca nas
excretas e consequentemente em maior digestibilidade.
O fato das aves não terem aproveitado, em maior grau, os nutrientes da dieta 2,
suplementada com CE, pode ser devido ao fato que os efeitos benéficos pelo uso das
enzimas são limitados quando os animais recebem dietas contendo níveis nutricionais
ótimos (CHARLTON, 1996). Visto que a medida que as aves já apresentam suas
necessidades nutricionais atendidas mediante aqueles níveis nutricionais, essas passam a
não serem capazes de demonstrar claramente a contribuição das enzimas exógenas sobre a
melhoria na digestibilidade dos ingredientes da ração. Sendo assim, os efeitos da
suplementação são limitados quando é aplicada e causam o extrapolamento das
necessidades nutricionais das aves.
Ao avaliar os resultados de digestibilidade do fósforo total (Tabela 6) notou-se que
no primeiro experimento as dietas 2 e 5 não apresentaram diferença significativa para
retenção de fósforo em termos percentuais, contrastando com os valores inferiores das
dietas 3 e 4. Esses resultados podem ser explicados pelas concentrações de fósforo total
determinadas nas análises laboratoriais (0,90; 0,85; 0,67; 0,73 e 0,83%, respectivamente às
dietas experimentais) na qual é possível notar a semelhança entre as dietas 2 e 5 e os
valores inferiores das dietas 3 e 4.
Com isso, denota-se que não houve um efeito direto do CE sobre a digestibilidade
do fósforo no primeiro experimento, pois a retenção de fósforo manteve-se inalterada,
seguindo o comportamento dos teores de fósforo total presente nas dietas, bem como os de
ingestão pelas aves, não havendo uma maior disponibilização desse nutriente.
Tabela 6. Aproveitamento do fósforo total em dietas suplementadas com complexo enzimático para pintos de corte.
Foi aplicado o Teste de Tukey a 5% de probabilidade, onde médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si; CV- Coeficiente de variação; P – Probabilidade * P < 0,05; ** P < 0,01; ns – Não significativo.
Tratamento P ingerido P excretado P retido P retido (mg/ave) (%) 1 a 9 dias de idade Dieta 1 261 ᵃ ± 13 71 ± 6 190 ᵃ ± 11 72,70 ᵃ ± 2,06 Dieta 2 269 ᵃ ± 15 81 ± 8 188 ᵃ ± 13 69,81 ᵃᵇ ± 2,65 Dieta 3 214 ᵇ ± 14 81 ± 15 141 ᵇᶜ ± 23 62,7 ᶜ ± 6, 07 Dieta 4 205 ᵇ ± 16 76 ± 10 128 ᶜ ± 6 62,74 ᶜ ± 2,22 Dieta 5 247 ᵃ ± 22 86 ± 11 158 ᵇ ± 13 64,78 ᵇᶜ ± 1,69 CV (%) 6,78 12,63 8,91 4,63 P ** ns ** ** 11 a 20 dias de idade Dieta 1 563 ᵇᶜ ± 30 319 ᵃ ± 22 dggij ± 39 43,24 ᶜ ± 5,17 Dieta 2 544 ᶜ ± 23 258 ᵇ ± 24 dpkijij ± 11 52,66 ᵇ ± 3,03 Dieta 3 636 ᵃ ± 5 261 ᵇ ± 20 375 ᵃ ± 23 58,96 ᵃ ± 3,30 Dieta 4 591 ᵇ ± 18 262 ᵇ ± 10 329 ᵇᶜ ± 19 55,61 ᵃᵇ ± 1,83 Dieta 5 597 ᵃᵇ ± 21 255 ᵇ ± 12 342 ᵃᵇ ± 22 57,75 ᵃᵇ ± 2,27 CV (%) 3,67 6,90 7,95 6,32 P ** ** ** **
Em contrapartida, no segundo experimento, a presença do CE aumentou em até
15% a retenção de fósforo ao comparar as dietas testes com o controle. Visto que o CE
contido nessas dietas pôde proporcionar menor excreção de fósforo, e consequentemente
maior retenção deste, implicando em menor poluição ambiental e melhor aproveitamento
do fósforo contido nos ingredientes.
Resultados que corroboram com os de Juanpere et al. (2005), onde a fitase
aumentou a retenção de fósforo em dietas estudadas à base de trigo e cevada. Embora esses
autores tenham encontrado resultado positivo sobre a utilização do fósforo apenas nas
dietas com ingredientes mais fibrosos, como o trigo e a cevada, eles também avaliaram
dietas à base de milho e relataram segundo seus resultados que, em geral, não houve
interação negativa entre a fitase e as glicosidases (α-galactosidase, xilanase, and β
glucanase) nesse tipo de dieta. Atribuindo esses efeitos benéficos à relação física entre
essas enzimas, baseada na hidrólise da parede celular das partículas, oferecendo maior
acesso da fitase ao fitato, resultando numa ação complementrar entre as enzimas utilizadas.
Segundo Lu et al. (2013), a suplementação de carboidrases e fitase, especialmente
na fase de crescimento aumentaram o desempenho, a digestibilidade ileal da matéria seca,
fósforo e nitrogênio em frangos alimentados com dietas à base de milho e farelo de soja
marginalmente deficiente nutricionalmente.
Logo, a suplementação com fitase pode reduzir as perdas endógenas em frangos de
corte alimentados com dietas à base de milho e farelo de soja formuladas com níveis
subótimos de fósforo e cálcio, através do aumento da disponibilidade de nutrientes como
demonstraram os coeficientes de digestibilidade de aminoácidos, os maiores valores de
EMA e a retenção de alguns minerais (COW
I
ESON et al., 2006).
Já com relação aos parâmetros de desempenho zootécnico apresentados na Tabela 7
pôde-se notar que houve efeito significativo para todos os parâmetros, exceto para o
consumo de ração no segundo experimento.
Tabela 7. Parâmetros de desempenho zootécnico de pintos de corte de 1 a 9 e 11 a 21 dias de idade, alimentados com rações suplementadas com complexo enzimático.
Foi aplicado o Teste de Tukey a 5% de probabilidade, onde médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si; CV- Coeficiente de variação; P – Probabilidade * P < 0,05; ** P < 0,01; ns – Não significativo;
Tratamentos
Consumo de ração (g/ave)
Ganho de peso (g/ave)
Peso vivo (g)
Conversão alimentar (g/g)
1 a 9 dias de idade Dieta 1 198,75 ᵇ 177,48 ᵇ 230,21 ᵃᵇ 1,11 ᵇ Dieta 2 210,74 ᵃᵇ 184,88 ᵃᵇ 238,62 ᵃᵇ 1,12 ᵃᵇ Dieta 3 218,74 ᵃ 192,97 ᵃ 243,23 ᵃ 1,13 ᵃᵇ Dieta 4 207,18 ᵃᵇ 183,06 ᵃᵇ 231,71ᵃᵇ 1,15 ᵃᵇ Dieta 5 215,64 ᵃᵇ 176,88 ᵇ 228,71 ᵇ 1,21 ᵃ CV (%) 4,99 4,48 3,37 4,44 P * * * * 11 a 20 dias de idade Dieta 1 755,45 558,58
ᵃ ᵇ 890,96
ᵃ ᵇ 1,34
ᵇ
Dieta 2 752,11 583,19
ᵃ 916,42
ᵃ 1,29
ᵇ
Dieta 3 759,51 561,16
ᵃ ᵇ 893,74
ᵃ ᵇ 1,32
ᵇ
Dieta 4 750,40 553,84
ᵇᶜ 867,79 ᵇᶜ 1,42
ᵃ
Dieta 5 759,92 508,48 ᶜ
841,11 ᶜ 1,48
ᵃ
CV (%) 2,97 3,26 2,05 2,78 P ns ** ** **
Com relação aos resultados do primeiro experimento, as aves alimentadas com a
dieta 5, mesmo com 183 kcal/kg de EMAn a menos que o controle, apresentaram ganho de
peso e peso vivo semelhantes e não diferiram entre si (em média 178,3 g/ave e 229 g,
respectivamente). Este resultado pode ser considerado parcialmente positivo, visto que ao
avaliar a conversão alimentar entre essas dietas nota-se que houve diferença significativa
em resposta ao maior consumo de ração das aves submetidas à dieta 5, indicando que para
alcançar semelhantes valores de ganho de peso e peso vivo, as aves tiveram que consumir
mais ração, provavelmente a fim de suprir a necessidade de ingestão diária de nutrientes,
presentes em quantidades inferiores na dieta 5, o que pode implicar em maiores custos com
a ração.
Além disso, a semelhança na conversão alimentar das aves alimentadas com as
demais dietas demonstrou que a suplementação enzimática pode significar economia no
consumo da ração, tendo em vista que o valor de ganho de peso das aves alimentadas com a
dieta controle foi semelhante ao das alimentadas com a dieta 2, 4 e 5, mesmo a D4
apresentando valor inferior para os parâmetros de digestibilidade estudados; e,
principalmente, com relação à dieta 3, em que onde as aves apresentaram maior ganho de
peso e semelhante conversão alimentar, quando comparado às demais dietas avaliadas.
No segundo experimento não foram observadas diferenças significativas para as
variáveis de desempenho zootécnico estudadas entre as aves submetidas aos tratamentos
D1 e D3, sendo em média 758 g/ave para consumo de ração, 559 g/ave para ganho de peso,
892 para peso vivo e 1,33 para conversão alimentar. Evidenciando com mais clareza que a
suplementação enzimática nas dietas para aves durante essa fase de 11 a 20 dias de idade
pode suprir a valorização de 2,5% na composição dos ingredientes utilizados na referida
dieta.
Estudo realizado por Olukosi et al. (2008) mostrou que a suplementação enzimática
de xilanase, protease e amilase não melhorou a conversão alimentar em pintos de corte de 1
a 7 dias de idade, mas a inclusão da fitase na suplementação melhorou a resposta das aves
no período de 0 a 14 dias e 0 a 21 dias, sendo o ganho de peso superior em aves
alimentadas com dietas suplementadas com fitase isoladamente em todas as idades.
Esses autores também mencionaram que a influência da suplementação de fitase,
sobre a mineralização óssea e desempenho animal é mais consistente do que sobre os
resultados de energia metabolizável; contudo, outros estudos citados no mesmo trabalho
evidenciam as melhorias no crescimento das aves, mesmo sem a melhora nos valores de
energia metabolizável ao suplementar simultâneamente dietas com fitase e carboidrases.
Tais relatos corroboram com os resultados do presente estudo, pois a dieta 3 apresentou
valores energéticos inferiores à dieta controle, porém semelhantes para os parâmetros de
desempenho.
E, assim como nos parâmetros de digestibilidade, a ausência de diferença
significativa entre o controle e controle positivo também foram observadas nos valores de
desempenho zootécnico, que por sua vez foi semelhante ao encontrado por Pereira et al.
(2010), utilizando enzimas em rações nutricionalmente idênticas, ou seja, sem valorização
dos ingredientes. Confirmando a ausência de benefícios efetivos também sobre o
desempenho de aves, quando alimentadas com ração suplementadas com enzimas
exógenas, mas que atendem a exigência nutricional das aves.
Resultados semelhantes foram encontrados por Strada et al. (2005), que observaram
que a redução da densidade energética e aminoácidica das dietas à base de farelo de soja e
milho, contendo complexo multienzimático, não comprometeu o desempenho de frangos de
corte, bem como por Toledo et al. (2007), que afirmou que apesar do desempenho das aves
submetidas a dietas de baixa densidade com complexo enzimático ter sido inferior àquelas
alimentadas com dietas padrão ainda é economicamente mais viável produzir frangos com
dietas de baixa densidade suplementadas com o complexo multienzimático do que com
dietas convencionais.
Os resultados deste presente estudo não corroboram com os de Singh et al. (2012)
que afirmaram que os efeitos positivos de dietas à base de milho e soja suplementadas com
xilanase podem não traduzir-se em desempenho, se essas estiverem deficientes em 55
kcal/kg ou mais de energia metabolizável, provavelmente, porque no presente estudo,
diferente do anteriormente citado, as rações foram acrescidas de um complexo enzimático
que continha protease, amilase, fitase e β-glucanase, além da xilanase.
Logo, o uso estratégico de combinações de enzimas pode ser extremamente efetivo
na melhoria do valor nutricional das dietas baseadas em milho, farelo de soja e trigo,
permitindo a formulação de dietas de baixo custo, contribuindo com a lucratividade da
indústria avícola (COW
I
ESON et al., 2006). Entretanto, o entendimento de como as
enzimas funcionam juntas para hidrolizar seus respectivos substratos é essencial para
maximizar a eficácia da combinação de enzimas (ADEOLA; COW
I
ESON, 2011).
CONCLUSÃO
Cconclui-se que o complexo enzimático da Bioenzima melhora a digestibilidade de
dietas à base de milho, farelo de soja e farelo de trigo para frangos de corte, contendo
ingredientes valorizados em até 2,5%, sem comprometer o desempenho zootécnico na fase
inicial.
Translation - English Enzyme complex effects on nutritional gains instarterbroilersdiets
ABSTRACT: In order to analyse the enzymatic Bioenzima® complex (EC) on digestibility of broiler’s diets, two experiments were conducted, in which 540 male broilers Cobb 500 were housed in cages and randomlydistributed, with five treatments and six replications. The first treatment, without EC,was named‘control’ (D1). The second one was named‘positive control’ with 150 ppm EC (D2); in addition three other treatments were called ‘test diets’, besides 150 ppm of EC also had overestimated nutrient composition (metabolizable energy, crude protein, calcium, available phosphorus and essential amino acids) of ingredients, such as corn, soybean bran and wheat bran in 2.5% (D3), 5.0% (D4) and 7.5% (D5). The enzyme complex had amylase, β-glucanase, phytase, cellulase, protease, pectinase and xylanase. In the first experiment, there was a significant effect according to all energy parameters, except the coefficient of apparent metabolizability of gross energy. According to results of ileal digestibility, the apparent ileal digestibility coefficients of dry matter and crude protein of D3 were improved by EC, presenting no statistical differences from diet 1. The EC did not provide great phosphorus retentionin the first experiment, however, in the second one, the EC provided less phosphorus excretion. In both phases, regarding parameters, diets with up to 5% incremental and EC showed similar values, especially for birds fed with diet 3, whichpresentedstatistically higher values. Thus, it is concluded that the addition of enzyme complex provided a compensatory effect on the digestibility of diets containing ingredients with incremental composition at up to 2.5%, without compromising the performance of broilers.
Several studies have been conducted to analyse the use of exogenous enzymes as to enhance the digestibility of the main ingredients used in poultry rations, such as corn and soybeans, in order to improve nutritional effectsin diets, which represents most of the production costs.
According to Adeola and Cowieson(2011), there are several means of measuring the effects of enzymes on the process of digestion, including the responses in animal growth, nutrients intake, theevaluation of plasmatic composition and the quality of the carcass. However, some factorshave significant effect on animal response to feed enzyme additives, such as the age and health of the animals, the enzyme source, variation of ingredients and the area where they are stored, as well as interactions withadditionalfeed ingredients (BEDFORD, Schulze, 1998).
Furthermore, considering the interference of such variables on enzymatic activity as well as the system in which they act, it is noteworthy thatfeed enzymes additives may also represent an effective nutritional strategy. They can reducepathogenic microbial threats within the gastrointestinal tract, since they perform hydrolysis of non-starch polysaccharides, used by microorganisms. Thereby they diminish microorganism’s ability to colonize the intestine. It is important to mention that the reduction of environmental pollution in poultry production system arises from the increase in the rate of absorption of phosphorus and nitrogen, as a result of thedecrease of anti-nutritional elementsin the diet (COWIESON, 2005; ROMERO et al, 2013).
Notwithstanding the advantages of using enzymes, as mentioned above, diets based on corn and soybeans are still questionable because of the low concentration of non-starch polysaccharides (NSPs) in the grains. Nevertheless, the use of such additive is relevant since birds do not secrete some enzymes, even in the presence of substrates, such as cellulase, xylanase, pentosanase, phytase, etc. (PENZ JR., 1998). Thus, considering the limitedproduction of endogenous enzymes, increases in enzymatic activity during digestion provideanopportunity to digest compounds not previously available for absorption;it implies a better use of raw materials, widely consumed in the poultry industry.
In that sense, the present study aimed to evaluate nutrient digestibility and the performance of broiler chicks in the early phase (1-9 days old and 11-21 days old) fed enzyme complex diet.
MATERIALS AND METHODS
The experiments were carried outat the Laboratory of digestibility of Non-Ruminant Animal Science Department of Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE). We used 540male broilers, Cobb 500 line. For the first experiment,wechose300 chicks(1 to 9 days old) according to their weight, then we housed them in metabolic cages (size: 1.00 x0.50x0.50m)equipped with a trough feeder,bird drinkersand excreta collection pans during the period of experiment. The remaining 240 were housed in cages covered with wood shaving, equipped with a semi-automatic feeder andbird drinkers, until they reached 11 days old. Subsequently they were selectedaccording to their weight and housed in metabolic cages, where they remained until 20 days old, comprising the second experiment (11 to 20 days old).
In both experiments, the birds were distributed randomly with five treatments and six replications of 10/08 birds per quota, respectively, for both experiments.
The first treatment was named ‘control’, based oncorn and soybean bran without enzyme complex (diet 1- D1). The second treatmentwas named ‘the positive control’, based on corn and soybean bran + 150-ppm enzyme complex(diet 2-D2). We named the other treatments as ‘test diets’. Beside the enzyme complex (150ppm), those tests were also based on corn, soybean bran and wheat bran, and the values of metabolizable energy, crude protein, limiting amino acids, calcium, available phosphorus were increased in their chemical composition 2.5 (diet3 - D3), 5.0 (diet 4 - D4) and 7.5% (diet 5-D5), as shown in Table 1.
The experimental diets were formulated according to nutritional composition calculated and reported in Table 1.For the other ingredients and nutrients included in diets (Table 2 and 3), in agreement with the table of food composition and nutritional requirements proposed by Rostagnoet al (2011), they were formulated according to the nutritional requirements of birds for each growth phase.
The evaluated variables of Zootechnicalperformance were the following: alive weight (AW), average weight gain (WG), average feed intake (FI) and feed conversion (FC). They were determined by measuring the amount of feed intake during the experimental period and through the weight of the birds at the beginning and the end of each experiment. We calculated these variables according to the formulas described below: FW = (end-weight); GW = (end-weight – initial-weight); RW = (ration supplied weight - plenty of weight ration); FC = FI/GW.
The evaluated apparent metabolizability variables werethe following: apparent metabolizable energy (AME) and thenitrogen-corrected apparent metabolizable energy(NAME), the coefficient of apparent metabolizibility of dry matter(CAMDM), and the coefficient of apparent metabolizability of gross energy(CAMGE)of the experimental diets and total phosphorus ingested, excreted and retained, which were determined by the total collection method.
Apparent ileal digestibility of variableswere determined by ileal collection, such as the apparent ileal digestibility coefficient of dry matter(DCDM) and apparent ileal digestibility coefficient of crude protein(DCCP), digestible dry matter (DDM) and digestible crude protein (DCP) of the experimental diets.
During the last 5 days of each experiment, 4 days for adaptation and 5 days of collection, we performed a total excreta collection in order to determine the values of apparent metabolizablerations and their coefficients. The ferric oxide was the fecal marker added to the feed with 1% of concentration in the first day as well as the last day of the collection period. During this time, we measured the feed intake and excreta production.
0.5% of the indicator of digestibility (Celite ® - acid insoluble ash) was added during the experimental period as to determine the ileal digestibility of nutrients and their coefficients to the experimental diets. At the end of each experiment, all birds were sacrificedwith cervical dislocation, in order to collectileal contents (digesta).The collection was held by abdominal incision and gut exposure, in which the digesta was extracted in the middle portion of the ileum, corresponding to 2cm after the Merckel’sdiverticulum to 2cm before the ileo-cecal-colic junction, according to the methodology described by Rostagno and Sakomura (2007).
Fecal collected samples were placed in labelled plastic bags and stored at -20 ˚C until the end of the experiment. At that point, they were defrosted, homogenized per plot, pre-dried in a forced circulation stove, at a temperature of 55˚C for 72 hours. While samples of digesta from each experimental unit were placedin plastic pots, labelled and stored at -20˚C, for subsequent pre-drying in a forced circulation stove, at a temperature of 55˚C for 48 hours. All samples, including rations, were processed in a ball mill and sent to the laboratory.
Rations, feces and digestas samples were analysed for the proportion of dry matter (DM) and nitrogen (N); the excreta and the ration were also analysed for the levels of gross energy (GE) and phosphate (P₂O₅), according methodological steps described by Silva and Queiroz (2002) and Adolfo Lutz Institute (1985), respectively. In addition, digestas and rations samples were also analysed for the levels of acid insoluble ash (Celite®), according to the methodology described in Brazilian Compendium of Animal Nutrition (2009).
From the results of laboratory analysis of rations and feces samples and from laboratory analysis of rations and digesta samples, DCDM, DCCP, DDM and DCP and also AME, NAME, CAMDMand CAMGEwere calculated with formulas described by Sakomura andRostagno (2007).
The ingested, excreted and contained levels of total phosphorus (P) were considered according to the following formulas: ingested P (mg/bird/day) = (% P rationx MSingestion)/100; excreted P (mg/bird /day) = (% P excreta x excreted MS)/100; retained P (mg/ bird/day) = P ingested - P excreted; P retained (%) = [(ingestedP - excreted P) / P ingested] x 100.
The results were sent to variance analysis and means were compared by Tukey test at 5% probability held by the statistical program JMP®, SAS Enterprise, version 9.0, Cary, North Carolina.
RESULTS AND DISCUSSION
Table 4 presents the average values of AME, NAME, CAMDM and CAMGE from the experimental diets, in which we can observe a significant effect of the enzyme complex in all parameters, except for the CAMGE in the first experiment. Regarding the AME and NAME, in both experiments, we noticed thatthe presence of EC has not linear depressed metabolizable energy in diets tests (D3, D4 and D5), and there was no significant difference between them, even with decreasing values when compared to both ‘controls’ (D1 and D2).
Table 4. Energy values and coefficients of metabolizable diets containing enzyme complex determined in 1 to 9 days oldand 11 to 20 days old broiler chicks, based on natural matter.
Treatment AME (kcal/kg) NAME (kcal/kg) CAMGE(%) CAMDM (%)
1 to9 daysold
Diet 1 3.050 ᵃ ± 48 2.858 ᵃ ± 44 71,52 ± 1,11 71,74 ᵃᵇ ± 1,20
Diet 2 3.010 ᵃᵇ ± 67 2.807 ᵃᵇ ± 62 71,93 ± 1,58 73,22 ᵃ ± 1,71
Diet 3 2.935 ᵇᶜ ± 63 2.732 ᵇᶜ ± 56 70,61 ± 1,45 71,66 ᵃᵇ ± 1,81
Diet 4 2.823 ᶜ ± 86 2.638 ᶜ ± 80 69,62 ± 2,11 69,01 ᵇ ± 2,16
Diet 5 2.854 ᶜ ± 30 2.675 ᶜ ± 18 71,34 ± 0,67 70,45 ᵃᵇ ± 0,94
CV (%) 2,05 1,98 1,98 2,26
P ** ** ns **
11 to 20 daysold
Diet 1 2.960 ᵃ ± 26 2.785 ᵃ ± 23 72,39 ᵃ ± 1,29 71,47 ᵃᵇ ± 0,63
Diet 2 2.967 ᵃ ± 24 2.782 ᵃ ± 24 71,19 ᵃᵇ ± 0,61 72,03 ᵃ ± 0,85
Diet 3 2.874 ᵇ ± 11 2.704 ᵇ ± 12 70,84 ᵇᶜ ± 0,31 70,96 ᵃᵇ ± 0,28
Diet 4 2.804 ᶜ ± 21 2.639 ᶜ ± 21 69,89 ᶜ ± 0,54 70,80 ᵇᶜ ± 0,58
Diet 5 2.749 ͩ ± 20 2.600 ͩ ± 18 69,83 ᶜ ± 0,48 69,75 ᶜ ± 0,67
CV (%) 0,78 0,75 1,06 0,97
P ** ** ** **
AME,apparent metabolizable energy; NAME, Nitrogen-corrected apparent metabolizable energy; CAMDM, Coefficient of apparent metabolizibility of dry matter; CAMGE, Coefficient of apparent metabolizability of gross energy; Tukey test was applied at 5% probability, in which averages followed by identical letters in the column do not differ among themselves. CV - Coefficient of variation; P - Probability * P < 0.05; ** P
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